Onças-pintadas não oferecem perigo aos turistas no Parque Nacional Serra da Capivara

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A afirmação é da chefe do Parque, Marian Rodrigues, que destacou que os turistas percorrem trilhas autorizadas e são acompanhados por condutores capacitados.

Três onças-pintadas, sendo a mãe e dois filhotes, foram flagrados passeando pelo Parque Nacional Serra da Capivara, no Sul do Piauí. O registro inédito foi feito por meio de câmeras trap ainda em março deste ano, mas a informação só foi divulgada no último domingo (01). A Chefe do Parque Nacional Serra da Capivara, no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marian Rodrigues, afirma que a presença da onça-pintada no Parque é um indicador de que o ecossistema está saudável e bem preservado. 

“Proteger esse predador no topo da cadeia alimentar é essencial para o equilíbrio da Caatinga”, disse Marian Rodrigues.

Diante da repercussão, a presença desses animais no Parque Nacional Serra da Capivara provocou um certo medo na população. Porém, Marian Rodrigues destacou que as onças-pintadas que vivem no Parque não oferecem perigo aos turistas.

Onça-pintada e filhotes são flagrados passeando no Parque Nacional da Serra da Capivara

“As onças-pintadas são animais silvestres e naturalmente evitam o contato com seres humanos. No Parque Nacional da Serra da Capivara, os registros das onças são feitos por meio de câmeras trap e colares com GPS, e nunca houve qualquer incidente envolvendo turistas. Os visitantes percorrem trilhas autorizadas e acompanhadas por condutores capacitados, o que garante segurança e respeito ao território dos animais. Além disso, esses felinos têm hábitos majoritariamente noturnos e são extremamente discretos”, disse.

Ela destacou ainda que a frequência de acidentes envolvendo onças-pintadas e pessoas, em comparação com seus parentes de outros continentes, como tigres, leopardos e leões, é relativamente baixa.

“São animais que evitam o contato com o ser humano. A onça-pintada sempre esteve presente no interior do Parque e até o momento não registramos nenhum incidente, já ouvimos alguns relatos de turistas que tiveram a sorte de observar este grande felino dentro do parque e em todos os relatos o animal se afastou das pessoas”, explica.

Marian Rodrigues / Foto: Arquivo Pessoal 

Apesar disso, Marian Rodrigues lembra que apesar disso, não devemos deixar de respeitar e ter cautela com este animal silvestre, pois acidentes podem acontecer.

“Então, é importante que os turistas sempre estejam acompanhados de guias locais, respeitem as regras de visitação e não se exponham a eventuais situações de risco”.  Ainda não é possível saber quantas onças-pintadas habitam no Parque Nacional Serra da Capivara. Em 2012, o pesquisador Samuel Astete estimou havia em torno de 13 onças pintadas no local, no entanto esse número pode ser maior ou menor nos dias atuais. Diante da incerteza, pesquisadores iniciaram um projeto específico em 2024-2025, e futuramente a estimativa será atualizada. 

Um estudo realizado em parceria entre o Parque e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívorqueos (Cenap/ICMBio), inclui o monitoramento da fauna silvestre, com foco especial nas onças. 

“Através do trabalho realizado pelo CENAP/ICMBio, com o uso de câmeras trap e colares com GPS, nosso objetivo é compreender melhor o tamanho da população atual, seus padrões de movimentação e o uso do território, inclusive nos corredores ecológicos que conectam a Serra da Capivara à Serra das Confusões”, diz Marian Rodrigues.

Segundo ela, os dados são fundamentais para fortalecer as estratégias de conservação da espécie, que continua ameaçada de extinção, e para garantir a proteção de um dos últimos redutos da onça-pintada na Caatinga.

“Proteger esse predador no topo da cadeia alimentar é essencial para o equilíbrio da Caatinga”. 

Marian Rodrigues disse ainda que duas onças-pintadas machos apelidadas de ‘Painho’ e ‘Juá’ estão sendo monitoradas com um colar GPS.

“Esses colares transmitem dados por satélite e nos ajudam a entender os deslocamentos, territórios e hábitos desses felinos tão importantes para o equilíbrio da Caatinga. É um trabalho delicado, realizado com todo o cuidado por equipes especializadas do CENAP/ICMBio, dentro de um protocolo que prioriza o bem-estar do animal. Esse tipo de monitoramento é fundamental para embasar ações de conservação mais eficazes e garantir a sobrevivência da onça-pintada em um dos seus últimos refúgios na Caatinga: o Parque Nacional da Serra da Capivara”, conclui. 

Fonte: Piauí Hoje


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