Dados apontam baixo ingresso de alunos nas áreas de engenharias, o que alerta para a necessidade de capacitação no segmento que mais impacta a vida das pessoas.
De acordo com levantamento divulgado pelo MEC, em dez anos o Brasil teve uma redução de 23% no número de calouros ligados aos cursos de engenharias. Em recorte mais específico, os dados ressaltam o seguinte cenário: em 2014 eram 469,4 mil ingressantes em graduações da área, mas esse número caiu para 358,4 mil em 2023. A realidade impulsiona reflexões pertinentes, sobretudo por essas áreas serem indispensáveis para o desenvolvimento do país, principalmente em um mundo cada vez mais tecnológico e que constantemente estimula o uso das mídias digitais.
O cenário leva a relembrar que toda nova tecnologia é fruto de um trabalho de engenharia. De forma mais direta, é compreender que o engenheiro atua desde a construção de casas e prédios até a definição de fluxos e processos que trazem resultados de alta performance em empresas e na sociedade. De acordo com Kidner Angelino Próspero, Engenheiro Civil e professor do Unifacid Wyden, a engenharia civil, por exemplo, contempla as áreas de edificações e infraestrutura. Esta última abarca setores como aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. Já o engenheiro eletricista atua em desenvolvimento de softwares, programação, energias renováveis, dentre outros. Isso significa ressaltar que o “desenvolvimento de uma sociedade depende diretamente da presença e da atuação de engenheiros”, reitera.
Na realidade de baixa procura por essas áreas, o alerta evidente é para a manutenção de um mercado de trabalho com falta de profissionais capacitados em setores laborais que crescem e exigem cada vez mais mão de obra qualificada. “Em pouco tempo o mercado vai se tornar cada vez mais interessante para o engenheiro devido à falta de profissionais especializados. Estudantes que agora escolhem fazer engenharia terão grande chance de ter ganhos interessantes devido à valorização dessa atividade”, pontua o docente Kidner.
Outro aspecto relevante presente na pesquisa do MEC é o crescimento de busca por formação nas áreas de engenharias na modalidade EAD. O estudo aponta que no ano de 2014 o percentual era de 5,9% de ingressantes na modalidade. Após uma década, o número subiu para 54%. Esse contexto evidencia, ainda, que foi a primeira vez que a busca por modalidade EAD superou a presencial. As duas modalidades são eficientes e dependem, expressamente, da necessidade e conforto que os futuros alunos nas áreas precisam diante de suas realidades. Nos dois formatos, investir em instituições que reforcem os pilares de qualidade, eficiência e estrutura moderna é indispensável para uma boa formação.
A Wyden, inclusive, possui amplo portifólio diferenciado para interessados em estudar engenharias nas modalidades presencial ou online, seja no formato graduação ou pós-graduação. Quem busca investir na área, pode ingressar nas áreas de Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Engenharia de Software, Engenharia Elétrica, Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos, entre outros.
Teresina possui cenário favorável e exige profissionais preparados
Buscar capacitação na área é um passo importante para quem deseja atuar em segmentos com potenciais de crescimento nos próximos anos. Em Teresina, segundo o professor Kidner, o mercado ainda está carente de profissionais, principalmente nas áreas de infraestrutura. Isso diverge de um setor que está aquecido e com vagas. “Bons profissionais estão em um bom momento em Teresina. Percebo dois desafios: o primeiro é vencer burocracias, principalmente as que se relacionam a liberações de início de obras. O segundo é a atualização dos profissionais, que acabam entrando em uma bolha de atividades e, assim, não se reciclam e atualizam diante das novas tecnologias”, pondera.
Recentemente, Teresina contou com a entrega das obras da CCR Aeroportos. O docente Kidner é um dos engenheiros vinculados à concessão que opera o aeroporto na capital piauiense. Especificamente quanto às obras, ele relembra que “tivemos muita dificuldade ao buscar profissionais qualificados. Inclusive, quase todo o corpo de engenharia foi trazido de outros estados. O setor está aquecido devido às concessões de aeroportos pelo Brasil, o que faz com que profissionais da área virem ‘mosca branca’ pela alta demanda e baixa disponibilidade”, observa. O profissional acrescenta que “o setor de infraestrutura está com alta demanda e a tendência é que profissionais sejam cada vez mais valorizados”, finaliza.